Querida angustia da madrugada,
Hoje me persegues com o frio do silêncio,
Chorei acordado quando perdi o tempo,
Esperei por um instante infinito,
Quis te dizer adeus e não foste.
Agora me atormentas com os contos do passado,
Que nunca sairão daquele quarto vazio,
Assopras os ventos que levam para longe minha alegria,
Me fazes tremer de solidão e desespero,
Inflamas um coração congelado.
Não é teu o desejo de viver plenamente,
Nem é meu o direito de ver-te eternamente,
Eras a alegria quando o sol saiu,
Queimavas ardentemente o fogo da esperança,
Agora a angustia do silêncio.
Eu quis te seguir aonde levam tuas asas,
Quis te dizer o quanto me fazias sonhar,
Quis te levar aos meus sonhos,
Transformar-te no horizonte que me guia,
Agora sei que não virás.
Ontem te liguei desesperado,
Como quem quer ganhar um jogo que já terminou,
Não tive medo, apenas loucura,
Ouvi a mais doce voz,
Dizer as mais tristes palavras.
Os mais tristes poemas foram escritos,
Por aqueles que te viram partir,
E choraram o resto de suas vidas,
Pelo dia que voltarias,
Para encher de flores o jardim da formosura.
O que o futuro me trouxer será a tristeza,
De viver os dias simples de uma vida,
Sem os olhos que me fizeram sonhar,
Sem a beleza que me fez desejar,
Sem a caciquinha que me fez amar.
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